sexta-feira, 30 de setembro de 2011

AMADURECIMENTO

Mário Quintana

Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando - a vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar.
Mas uma coisa parece estar sempre presente.
A busca pela felicidade com o amor da sua vida.
Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?
E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele (a)"? Como diz o meu pai:
"nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era.
Cada namorado era o novo homem da sua vida.
Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua de mel e, de repente PLAFT!
Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo".
Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.
Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva.
Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada
no bar o resto da noite.
Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco
dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria
de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short camiseta e chinelo.
A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma
pessoa legal, que nos complete e vice-versa.
Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos a luta e haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira.
Sem falar na diversidade que vai do Forró ao Beatles.
Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som.
Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora. Com o tempo, você vai percebendo que
para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele cara que você gosta (ou acha que gosta), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!!!!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

PARA TODAS NÓS MULHERES "BUNDAS MOLES"...




Belinha acordou às seis, arrumou as crianças, levou-as para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur, o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.
Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por estar dirigindo com o celular no ouvido e uma advertência por estacionar em lugar proibido, enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.
No caminho do trabalho batucava ansiedade no volante, num congestionamento monstro, e pensava quando teria tempo de fazer a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.
Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que, segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, Belinha, fez de tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de experiência e dedicação, não conseguiu.
Pensou se abdomem definido contaria ponto, mas logo esqueceu a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.
Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu ela mesma ir até o colégio, depois do encontro com o novo cliente, que se revelou um chato, neurótico, desconfiado e com quem teria que lidar nos próximos meses.
Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado.
Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os olhos e sonhar com um mundo melhor.
Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as crianças.
Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a porra da pasta com o relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!
Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele pudesse pegar os malditos papéis na empresa, mas a bosta continuava fora de área.
Conseguiu, depois de vários telefonemas, que um motoboy lhe trouxesse a porra dos documentos.
Tomou uma merda de banho, deu a droga do jantar para as crianças, fez a porcaria dos deveres com os dispersos e botou os monstros para dormir.

Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo , reclamando de tudo. Jantaram em silêncio.
Na cama ela leu metade do relatório e começou a cabecear de sono. Artur a acordou com tesão, a fim de jogo. Como aqueles momentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um último esforço de reportagem e transar.
Deram uma meio rápida, meio mais ou menos, e, quando estava quase pegando no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte comentário:
- Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... deixa de preguiça e começa a se cuidar..
Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro!
Depois se viu pulando sobre o tórax dele até quebrar todas as costelas! Com um alicate de unha arrancou um a um todos os seus dentes depois deu-lhe um chute tão brutal no saco, que voou espermatozóide para todos os lados!
Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de auto-ajuda: como controlar as emoções negativas.
Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul, e ponderou. Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o marido cega de tensão pré-menstrual...
Resolveu agir com sabedoria.
No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e malhou duas horas.

De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e as unhas de vermelho. Ligou para o cliente novo insuportável e disse tudo que achava dele, da mulher dele e do projeto dele.
E aguardou os resultados da sua péssima conduta, fazendo uma massagem estética que jura eliminar, em dez sessões, a gordura localizada.
Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que ela havia sumido.
Pacientemente não atendeu. E, como vingança é um prato que se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele.


- A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura.


Um beijo da preguiçosa...
Desconheço o autor

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cuidando da Suade Fisica e Espiritual

Entrevista com o Dr. Jorge Carvajal, médico cirurgião da Universidade de Andaluzia, Espanha, pioneiro da Medicina Bioenergética.
Qual adoece primeiro: o corpo ou a alma?
A alma não pode adoecer, porque é o que há de perfeito em ti, a alma evolui, aprende. Na realidade, boa parte das enfermidades são exatamente o contrário: são a resistência do corpo emocional e mental à alma. Quando nossa personalidade resiste aos desígnios da alma, adoecemos.
A Saúde e as Emoções.
Há emoções prejudiciais à saúde? Quais são as que mais nos prejudicam?
70 por cento das enfermidades do ser humano vêm do campo da consciência emocional. As doenças muitas vezes procedem de emoções não processadas, não expressadas, reprimidas. O medo, que é a ausência de amor, é a grande enfermidade, o denominador comum de boa parte das enfermidades que temos hoje. Quando o temor se congela, afeta os rins, as glândulas suprarrenais, os ossos, a energia vital, e pode converter-se em pânico.
Então nos fazemos de fortes e descuidamos de nossa saúde?
De heróis os cemitérios estão cheios. Tens que cuidar de ti. Tens teus limites, não vás além. Tens que reconhecer quais são os teus limites e superá-los, pois, se não os reconheceres, vais destruir teu corpo.
Como é que a raiva nos afeta?
A raiva é santa, é sagrada, é uma emoção positiva, porque te leva à auto-afirmação, à busca do teu território, a defender o que é teu, o que é justo. Porém, quando a raiva se torna irritabilidade, agressividade, ressentimento, ódio, ela se volta contra ti e afeta o fígado, a digestão, o sistema imunológico.
Então a alegria, ao contrário, nos ajuda a permanecer saudáveis?
A alegria é a mais bela das emoções, porque é a emoção da inocência, do coração e é a mais curativa de todas, porque não é contrária a nenhuma outra. Um pouquinho de tristeza com alegria escreve poemas. A alegria com medo leva-nos a contextualizar o medo e a não lhe darmos tanta importância.
A alegria acalma os ânimos?
Sim, a alegria suaviza todas as outras emoções, porque nos permite processá-las a partir da inocência. A alegria põe as outras emoções em contato com o coração e dá-lhes um sentido ascendente. Canaliza-as para que cheguem ao mundo da mente.
E a tristeza?
A tristeza é um sentimento que pode te levar à depressão quando te deixas envolver por ela e não a expressas, porém ela também pode te ajudar. A tristeza te leva a contatares contigo mesmo e a restaurares o controle interno. Todas as emoções negativas têm seu próprio aspecto positivo.Tornamo-las negativas quando as reprimimos.
Convém aceitarmos essas emoções que consideramos negativas como parte de nós mesmos?
Como parte para transformá-las, ou seja, quando se aceitam, fluem, e já não se estancam e podem se transmutar. Temos de as canalizar para que cheguem à cabeça a partir do coração. Que difícil! Sim, é muito difícil. Realmente as emoções básica são o amor e o medo (que é ausência de amor), de modo que tudo que existe é amor, por excesso ou deficiência. Construtivo ou destrutivo. Porque também existe o amor que se aferra, o amor que superprotege, o amor tóxico, destrutivo.
Como prevenir a enfermidade?
Somos criadores, portanto creio que a melhor forma é criarmos saúde. E, se criarmos saúde, não teremos que prevenir nem combater a enfermidade, porque seremos saúde.
E se aparecer a doença?
Teremos, pois, de aceitá-la, porque somos humanos. Krishnamurti também adoeceu de um câncer de pâncreas e ele não era alguém que levasse uma vida desregrada. Muita gente espiritualmente muito valiosa já adoeceu. Devemos explicar isso para aqueles que crêem que adoecer é fracassar.
O fracasso e o êxito são dois mestres e nada mais. E, quando tu és o aprendiz, tens que aceitar e incorporar a lição da enfermidade em tua vida... Cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade. A ansiedade é um sentimento de vazio, que às vezes se torna um oco no estômago, uma sensação de falta de ar. É um vazio existencial que surge quando buscamos fora em vez de buscarmos dentro. Surge quando buscamos nos acontecimentos externos, quando buscamos muleta, apoios externos, quando não temos a solidez da busca interior. Se não aceitarmos a solidão e não nos tornarmos nossa própria companhia, sentiremos esse vazio e tentaremos preenchê-lo com coisas e posses. Porém, como não pode ser preenchido de coisas, cada vez mais o vazio aumenta.
Então, o que podemos fazer para nos libertarmos dessa angústia?
Não podemos fazer passar a angústia comendo chocolate ou com mais calorias, ou buscando um príncipe fora. Só passa a angústia quando entras em teu interior, te aceitas como és e te reconcilias contigo mesmo. A angústia vem de que não somos o que queremos ser, muito menos o que somos, de modo que ficamos no "deveria ser", e não somos nem uma coisa nem outra. O stress é outro dos males de nossa época. O stress vem da competitividade, de que quero ser perfeito, quero ser melhor, quero ter uma aparência que não é minha, quero imitar. E realmente só podes competir quando decides ser um competidor de ti mesmo, ou seja, quando queres ser único, original, autêntico e não uma fotocópia de ninguém. O stress destrutivo prejudica o sistema imunológico. Porém, um bom stress é uma maravilha, porque te permite estar alerta e desperto nas crises e poder aproveitá-las como oportunidades para emergir a um novo nível de consciê ncia.
O que nos recomendaria para nos sentirmos melhor com nós mesmos?
A solidão. Estar consigo mesmo todos os dias é maravilhoso. Passar 20 minutos consigo mesmo é o começo da meditação, é estender uma ponte para a verdadeira saúde, é aceder o altar interior, o ser interior. Minha recomendação é que a gente ponha o relógio para despertar 20 minutos antes, para não tomar o tempo de nossas ocupações. Se dedicares, não o tempo que te sobra, mas esses primeiros minutos da manhã, quando estás rejuvenescido e descansado, para meditar, essa pausa vai te recarregar, porque na pausa habita o potencial da alma.
O que é para você a felicidade?
É a essência da vida. É o próprio sentido da vida. Estamos aqui para sermos felizes, não para outra coisa. Porém, felicidade não é prazer, é integridade. Quando todos os sentidos se consagram ao ser, podemos ser felizes. Somos felizes quando cremos em nós mesmos, quando confiamos em nós, quando nos empenhamos transpessoalmente a um nível que transcende o pequeno eu ou o pequeno ego. Somos felizes quando temos um sentido que vai mais além da vida cotidiana, quando não adiamos a vida, quando não nos alienamos de nós mesmos, quando estamos em paz e a salvo com a vida e com nossa consciência. Viver o Presente.
É importante viver no presente? Como conseguir?
Deixamos ir-se o passado e não hipotecamos a vida às expectativas do futuro quando nos ancoramos no ser e não no ter, ou a algo ou alguém fora. Eu digo que a felicidade tem a ver com a realização, e esta com a capacidade de habitarmos a realidade. E viver em realidade é sairmos do mundo da confusão.
Na sua opinião, estamos tão confusos assim?
Temos três ilusões enormes que nos confundem:
Primeiro: cremos que somos um corpo e não uma alma, quando o corpo é o instrumento da vida e se acaba com a morte.
Segundo: cremos que o sentido da vida é o prazer, porém com mais prazer não há mais felicidade, senão mais dependência... Prazer e felicidade não são o mesmo. Há que se consagrar o prazer à vida e não a vida ao prazer.
Terceiro: ilusão é o poder; desejamos o poder infinito de viver no mundo. E do que realmente necessitamos para viver? Será de amor, por acaso?
O amor, tão trazido e tão levado, e tão caluniado, é uma força renovadora. O amor é magnífico porque cria coesão. No amor tudo está vivo, como um rio que se renova a si mesmo. No amor a gente sempre pode renovar-se, porque ordena tudo. No amor não há usurpação, não há transferência, não há medo, não há ressentimento, porque quando tu te ordenas, porque vives o amor, cada coisa ocupa o seu lugar, e então se restaura a harmonia. Agora, pela perspectiva humana, nós o assimilamos com a fraqueza, porém o amor não é fraco.
Enfraquece-nos quando entendemos que alguém a quem amamos não nos ama. Há uma grande confusão na nossa cultura. Cremos que sofremos por amor, porém não é por amor, é por paixão, que é uma variação do apego. O que habitualmente chamamos de amor é uma droga. Tal qual se depende da cocaína, da maconha ou da morfina, também se depende da paixão. É uma muleta para apoiar-se, em vez de levar alguém no meu coração para libertá-lo e libertar-me. O verdadeiro amor tem uma essência fundamental que é a liberdade, e sempre conduz à liberdade. Mas às vezes nos sentimos atados a um amor. Se o amor conduz à dependência é Eros. Eros é um fósforo, e quando o acendes ele se consome rapidamente em dois minutos e já te queima o dedo. Há amores que são assim, pura chispa. Embora essa chispa possa servir para acender a lenha do verdadeiro amor. Quando a lenha está acesa, produz fogo. Esse é o amor impessoal, que produz luz e calor .
Pode nos dar algum conselho para alcançarmos o amor verdadeiro?
Somente a verdade. Confia na verdade; não tens que ser como a princesa dos sonhos do outro, não tens que ser nem mais nem menos do que és. Tens um direito sagrado, que é o direito de errar; tens outro, que é o direito de perdoar, porque o erro é teu mestre. Ama-te, sê sincero contigo mesmo e leva-te em consideração. Se tu não te queres, não vais encontrar ninguém que possa te querer. Amor produz amor. Se te amas, vais encontrar amor. Se não, vazio. Porém nunca busques migalhas, isso é indigno de ti. A chave então é amar-se a si mesmo. E ao próximo como a ti mesmo. Se não te amas a ti, não amas a Deus, nem a teu filho, porque estás apenas te apegando, estás condicionando o outro. Aceita-te como és; não podemos transformar o que não aceitamos, e a vida é uma corrente permanente de transformações.

"Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana
Teilhard de Chardin

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

AS INSTRUÇÕES


Um dia pedi a DEUS instruções para viver na terra.
DEUS encostou a sua boca ao meu ouvido e disse:


Sê como o Sol! Levanta-te cedo e não te deites tarde!
Sê como a lua, brilhe na obscuridade!

Porém submete-te à luz principal!
Sê como os pássaros! Come, bebe, canta e vôa!
Sê como as flores! Enamoradas pelo sol, porém fiéis às suas raízes
Sê obediente e fiel ao teu DEUS!
Mais do que os animais de estimação são ao seus donos!
Sê como a fruta! Bela por fora e saborosa por dentro
Sê como o dia! Que chega e parte, sem querer dar nas vistas!
Sê como o oasis! Dá a tua água ao sedento!
Sê como a água! Boa e transparente!
Sê como o rio! Caminha e dá caminho!
E acima de tudo, sê como o céu, A MORADA DE DEUS!
Tu és o nosso DEUS. Nos ensina a fazer a Tua vontade, que o Teu bondoso espírito nos guie pelos caminhos retos!

Salmo 143:10
Senhor, não permitas que me deixe ficar onde estou! Ajuda-me Senhor, a chegar onde Tu esperas que eu chegue!
autor desconhecido

sábado, 17 de setembro de 2011

LIÇÕES DE VIDA


Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que seus filhos aprendessem a não julgar as coisas tão rapidamente.

Assim, ele os enviou com uma tarefa, um a um, para ir a uma pereira que estava a uma grande distância.

O primeiro filho foi no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o mais novo no outono.

Quando todos tinham ido e voltado, ele os chamou juntamente para que descrevessem o que tinham visto.

O primeiro filho disse que a árvore era feia, curvada e torcida. O segundo filho disse que não, que estava coberta de botões verdes e cheia de promessa.

O terceiro filho discordou, ele disse que estava carregada com flores que cheiravam tão bem e eram tão bonitas. Isto foi a coisa mais graciosa que jamais vira.

O último filho discordou de todos, ele disse que era madura, e inclinada por causa das frutas, cheia de vida e realização.

O homem então explicou para seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles viram apenas uma estação da vida da árvore. Ele falou-lhes que uma pessoa não pode julgar uma árvore ou uma pessoa através de apenas uma estação, e que a essência daquilo que eles são, e o prazer e amor que vem daquela vida pode apenas ser medida no final, quando todas as estações se passaram.

Se você desiste quando ainda é inverno, você perderá a promessa da sua primavera, a beleza do seu verão, a plenitude do seu outono.

Não deixe que o sofrimento de uma estação destrua a alegria de todo o resto.

Não julgue uma vida através de uma estação difícil.

Persevere através dos trechos difíceis e tempos melhores certamente virão em breve ou um pouco mais tarde.

Deixe Deus guiar você através das estações da vida.

Ele conhece o melhor caminho por onde conduzi-la à sua Plenitude.

Autor desconhecido

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O paradoxo do nosso tempo

Recebi muitas vezes parte deste texto atraves de amigas, por email. Infelizmente ele estava atribuído ao autor errado, e incompleto. Graças ao Google, descobri que o texto é do Dr. Bob Moorehead, pastor de uma igreja em Seattle, EUA. Abaixo, a tradução para o texto, que aparece em Words Aptly Spoken, por ele publicado em 1995.


Nós temos prédios mais altos mas paciência mais curta; rodovias mais largas mas pontos de vista mais estreitos; nós gastamos mais mas temos menos; nós compramos mais mas aproveitamos menos as coisas; nós temos casas maiores e famílias menores; mais conveniências, mas menos tempo; nós temos mais diplomas mas menos bom-senso; mais sabedoria mas menos juizo; mais especialistas, mas ainda mais problemas; mais engenhocas mas menos satisfação; mais remédios, mas menos bem-estar; nós tomamos mais vitaminas mas vemos menos resultados. Nós bebemos demais; fumamos demais; gastamos inconseqüentemente; rimos muito pouco; dirigimos rápido demais; ficamos bravos demais rápido demais; ficamos acordados até tarde; acordamos muito cansados; lemos raramente; assistimos muita televisão e rezamos muito raramente.

Nós multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nosso valores; nós voamos em aviões mais rápidos para chegarmos lá mais rápido, para fazermos menos e voltarmos mais cedo; nós assinamos mais contratos só para percebermos menos lucros; nós falamos demais; amamos muito raramente e mentimos demais. Nós aprendemos a sobreviver, mas não a viver; nós acrescentamos anos às nossas vidas, mas não vida aos nossos anos. Nós já chegamos até a Lua e voltamos, mas temos dificuldades em atravessarmos a rua e conhecer o novo vizinho. Nós conquistamos o espaço sideral, mas não o espaço pessoal; nós fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores; nós limpamos o ar, mas poluímos a alma; nós fissionamos o átomo, mas não nosso preconceito; nós escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas conquistamos menos; fazemos aviões mais rápidos, mas filas mais longas; aprendemos a apressar, mas não a esperar; temos mais armas, mas menos paz; salários mais altos, mas menos moralidade; mais festas, mas menos diversão; mais comida, mas menos contentamento; mais conhecidos, mas menos amigos; mais esforço, mas menos sucesso. Nós montamos mais computadores para armazenarmos mais informação, para produzirmos mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos; dirigimos carros menores que tem problemas maiores; construímos fábricas maiores que produzem menos. Nós nos tornamos grandes em quantidade, mas pequenos em qualidade.

Estes são os tempos de comidas rápidas e digestão lenta; homens altos, mas de pouco caráter; lucros profundos, mas relacionamentos superficiais. Estes são os tempos de paz mundial, mas guerra doméstica; mais lazer e menos diversão; mais postagem, mas correio mais lento; mais tipos de comida, mas menos nutrição. Estes são os dias de dois salários, mas mais divórcios; estes são os tempos de casas mais chiques, mas lares despedaçados. Estes são os dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, vidas padronizadas, morais para se jogar fora, das rapidinhas, corpos obesos e pílulas que fazem tudo, desde animar, prevenir, enquietar e matar. É um tempo quando há muito na vitrine e nada no estoque. Realmente, estes são os tempos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A COMPLICADA ARTE DE VER


Rubem Alves

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria!
Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica.
De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver”.

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado.
Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.
Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.

“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.

Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.

Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas – e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre.
Os olhos não gozam… Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras.

Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas”.

Por isso – porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver – eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos”…

Rubem Alves – Educador e escritor.
Texto originalmente publicado no caderno “Sinapse”, jornal “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

VAI PASSAR...




HAVIA NUM PAÍS DISTANTE, UM REI PODEROSO QUE TINHA COMO SERVO UM HOMEM BOM E FIEL,

CUJA EFICIÊNCIA ERA ÚNICA EM TODO O REINO.

PORÉM, O REI NÃO PODIA ACREDITAR QUE ESSE HOMEM ERA PERFEITO.

MIL DÚVIDAS POVOAVAM SUA MENTE. E SE NUM MOMENTO MUITO IMPORTANT

E A EFICIÊNCIA DESTE SERVO FALHASSE?

DIANTE DESTA DÚVIDA O REI RESOLVEU COLOCAR À PROVA A CAPACIDADE DO HOMEM.

CHAMOU-O E DISSE: "SERVO, CANSEI-ME DESTA MINHA COROA. QUERO UMA OUTRA,

MAS NÃO MAIS EM OURO E SIM QUERO-A COM PEDRAS PRECIOSAS.

AS MAIS EXÓTICAS E BRILHANTES QUE HOUVER.

PORTANTO, ORDENO-LHE QUE A CONFECCIONE PARA MIM".

COMO ELE SABIA QUE EM SEU REINO NÃO HAVIA ESTE TIPO DE MINERAÇÃO,

ACHOU QUE PELA PRIMEIRA VEZ SEU SERVO LHE FALHARIA.

MAS MESES DEPOIS, O FIEL EMPREGADO VOLTOU TRAZENDO UMA COROA DE BELEZA ÍMPAR,

COM PEDRAS ESPECTACULARES NUNCA ANTES VISTAS EM REINO ALGUM.

MAS O REI AINDA NÃO ACEITANDO TOTALMENTE A EFICIÊNCIA DO ESCRAVO,

DEPOIS DE MUITO PENSAR E MEDITAR CHAMOU-O NOVAMENTE ORDENANDO:

"SERVO, AGORA QUERO QUE ACRESCENTE NESTA LINDA COROA,

UMA FRASE QUE QUANDO EU ESTIVER TRISTE EU ME ALEGRE,

E QUANDO EU ESTIVER FELIZ, EU ME ENTRISTEÇA".

O SERVO SAIU DE LÁ DESESPERADO. COMO FARIA ISSO?

JÁ TINHA FEITO TUDO NA VIDA PARA PROVAR SUA FIDELIDADE AO REI,

MAS AGORA ELE LHE PEDIA ALGO QUE PARECIA IMPOSSÍVEL.

CHEGOU EM CASA ENTRISTECIDO, SABENDO QUE PERDERIA SEU CARGO E QUE,

MAIS DO QUE ISSO, PERDERIA A CONFIANÇA DO REI.

MAS A ESPOSA, CONSTERNADA COM A TRISTEZA DO MARIDO DEPOIS DE MUITO PENSAR

TEVE UMA GRANDE IDEIA QUE LHE TRANSMITIU E ELE A EXECUTOU.

DEPOIS DE PRONTA, O SERVO PEGOU A COROA E A LEVOU AO REI QUE DE IMEDIATO

A COLOCOU NA CABEÇA E FOI PARA A FRENTE DO ESPELHO PARA VER O QUE


NELA ESTAVA ESCRITO. ESPANTADO ENTÃO VIU A BREVE FRASE:


VAI PASSAR!


E ASSIM É A NOSSA REALIDADE. NÃO IMPORTA O MOMENTO QUE ESTEJAMOS VIVENDO,

TEMOS QUE TER SEMPRE A CERTEZA DE QUE SEJA O QUE FOR, PASSARÁ.

SE A DOR, A TRISTEZA, O DESÂNIMO ESTIVEREM PRESENTES EM SUA VIDA,

NÃO SE ENTREGUE, POIS EM BREVE TUDO PASSARÁ.

SE, POR OUTRO LADO, VOCÊ ESTIVER VIVENDO UM GRANDE MOMENTO, APROVEITE-O!

NÃO O ESTRAGUE POR COISAS PEQUENAS. SABOREIE-O COM CALMA, POIS ELE TAMBÉM PASSARÁ!


APENAS UM GESTO PODE MUDAR SUA VIDA!!!!


sábado, 3 de setembro de 2011

PEDIDO DE UMA CRIANÇA A SEUS PAIS

Não tenham medo de serem firmes comigo. Prefiro assim. Isto faz com que eu me sinta mais segura.

Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que peço. Só estou experimentando vocês.

Não deixem que eu adquira maus hábitos. Dependo de vocês para saber o que é certo, o que é errado.

Não me corrijam com raiva, nem na presença de estranhos. Aprenderei muito mais se me falarem com calma e em particular.

Não me protejam das conseqüências de meus erros. Às vezes eu preciso aprender pelo caminho áspero.

Não levem muito à sério as minhas pequenas dores. Necessito delas para poder amadurecer.

Não sejam irritantes ao me corrigirem.
Se assim o fizerem, eu poderei fazer o contrário do que me pedem.

Não me façam promessas que não poderão cumprir depois. Lembrem-se que isto me deixa profundamente desapontada.

Não ponham à prova a minha honestidade.
Sou facilmente levada a dizer mentiras.

Não me apresentem um Deus carrancudo e vingativo. Isto me afastaria d'Ele.

Não desconversem quando faço perguntas, senão serei levado a procurar as respostas na rua todas as vezes que não as tiver em casa.

Não se mostrem para mim como pessoas infalíveis. Ficarei extremamente chocada quando descobrir um erro de vocês.

Não digam simplesmente que meus receios e medos são bobos. Ajudem-me a compreendê-los e vencê-los.

Não digam que não conseguem me controlar.
Eu me julgarei mais forte que vocês.

Não me tratem como uma pessoa sem personalidade. Lembrem-se que eu tenho o meu próprio modo de ser.

Não vivam me apontando os defeitos das pessoas que me cercam. Isto irá criar em mim, mais cedo ou mais tarde, o espírito de intolerância.

Não se esqueçam de que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesma. Não queiram ensinar tudo pra mim.

Não tenham vergonha de dizer que me amam. Eu necessito desse carinho e amor para poder transmiti-lo à vocês e aos outros.

Não desistam nunca de me ensinarem o bem, mesmo quando eu parecer não estar aprendendo.
Insistam através do exemplo e, no futuro, vocês verão em mim, o fruto daquilo que plantaram.
(Desconheço a Autoria)