domingo, 30 de setembro de 2012


Minimamente Feliz




        "A felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.
        Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas.
        Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar.
        São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.
       'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepto da felicidade homeopática.
       Tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.
       Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: Dá pra ser feliz no singular: Podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhados e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.
       E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
       Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', quando eu tiver um emprego fabuloso'. Tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.
       Como tantos já disseram tantas vezes, aproveite o momento.
       E quem for ruim de contas, recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.
       Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos.
       Que digam.
       Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera."

(Leila Ferreira)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


 Navegue ... 

Fernando Pessoa
Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles
é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é
para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa
de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só
o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas
as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é
outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à
parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não
enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo
também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar
necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".

quinta-feira, 13 de setembro de 2012


                 RELÓGIO DO CORAÇÃO 


Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente.
Há semanas que duram anos, como há anos que nao contam um dia.
Há paixões que foram eternas.
Como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário nos mostrar que ficaram por anos em nossas agendas.
Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.
Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas.
E há casamentos que, ao olhar pra trás mal preenchem os feriados da folhinha.
Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas.
Há eventos que marcaram, e que duram para sempre.
O nascimento de um filho, a morte da avó, a viagem inesquecível, o extase do sonho realizado.
Eles têm a duração que nos ensina o significado da palavra "eternidade".
Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo.
Mas conforme meu espírito, 
houve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem lembro de ter feito, tão feliz estava na ocasião.
O relógio do coração hoje descubro bate noutra frequência daqule que carrego no pulso.
Marca um tempo diferente, de emoções que penduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.
Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo no mundo.
é olhar as rugas e não perceber a maturidade.
É pensar antes daquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com lembranças do que viveu.
Pense nisso e consulte sempre o relógio do coração ele lhe mostrará o verdadeiro tempo no mundo.

O TEMPO.
SE ME FOSSE DADO UM DIA, OUTRA OPORTUNIDADE, EU NEM OLHAVA O RELÓGIO.
SEGUIRIA EM FRENTE E IRIA JOGANDO PELO CAMINHO A CASCA DOURADA E INÚTIL DAS HORAS....
SEGURARIA O AMOR QUE ESTÁ A MINHA FRENTE DIRIA QUE EU O AMO.....
E TEM MAIS:
NÃO DEIXE DE FAZER ALGO QUE GOSTA DEVIDO A FALTA DE TEMPO.
NÃO DEIXE DE TER PESSOAS AO SEU LADO POR PURO MEDO DE SER FELIZ.
A ÚNICA FALTA QUE TERÁ E' A DESSE TEMPO QUE, INFELIZMENTE NUNCA MAIS VOLTARÁ.

Mario Quintana.

domingo, 9 de setembro de 2012


Apaixone-se!

Apaixone-se definitivamente pelo seu sonho;
 o sonho de ninguém deve ser mais apaixonante que o seu!

Apaixone-se pelo seu talento, mesmo que seu senso crítico
 insista para você escolher realizar outras coisas... 

Apaixone-se mais pela viagem do que pela chegada
 ao seu destino! 

Apaixone-se pelo seu corpo - mesmo que ele estej
a fora de forma, pois de "qualquer forma" ele é a única 
casa que você possui. 

Desapaixone-se de seus medos...
 Eles minam sua alegria de viver. 

Apaixone-se pelas suas memórias mais deliciosas;
 ninguém pode tirá-las de dentro de você e elas
 são excelentes fontes de inspiração em momentos de dor. 

Apaixone-se por aquelas besteiras saudáveis que passam
 por sua mente entre um e outro momento de estresse; 
eles ajudam a sobreviver. 

Apaixone-se pelo sol; ele é fiel, gratuito, absolutamente
 disponível e dá prazer. 

Apaixone-se por alguém; não espere alguém se apaixonar
 antes por você, só por garantia e segurança. 

Apaixone-se pelo seu projeto de vida;
 acredite, não dá certo fazer isto a dois. 

Apaixone-se pela dança da vida que está sempre
 em movimento dentro da gente, mas que, por
 defesa nós teimamos em algemar. 

Apaixone-se mais pelo significado das coisas que
 você conquistar do que pelo seu valor material. 

Apaixone-se por suas ideias, mesmo que tenham 
dito que elas não serviam pra nada. 

Apaixone-se por seus pontos fortes, mesmo que os
 pontos fracos insistam em ficar em alto relevo no seu cérebro. 

Apaixone-se pela ideia de ser verdadeiramente feliz!
Felicidade encontra-se de sobra nas prateleiras de
 seus recursos interiores. 

Apaixone-se pela música que você pode ser para alguém... 

Apaixone-se por ser humano! 

Apaixone-se definitivamente por você! 


Apaixone-se rápido! 

O poder de decisão só pertence a você! 

autor desconhecido

sexta-feira, 7 de setembro de 2012


A melhor idade do amor 
Sábado, dez horas e vinte e um minutos da manhã. Chuva insistente de outono.Um casal adentra uma panificadora para tomar café.
Dois cafés com leite e três pães de queijo, por favor.
Ela parece um pouco agitada. Não tira os olhos dele.Ele parece tranquilo, dessas pessoas que já conseguem viver num tempo um pouco mais lento do que o do relógio.
A diferença de idade é gritante. Não mais de quarenta, ela. Próximo aos oitenta, ele.
Ele olha para fora pela janela entreaberta.
Ela sorri, carinhosa.
Todos os seus filhos nasceram aqui nesta cidade?
Ele pensa um pouco... - Sim, todas elas... Três filhas.
E você? Onde nasceu?– Volta a inquirir a mulher.
Eu não sou daqui. Nasci no interior... Longe da cidade.
o que você lembra de lá?
Ah... Muitas coisas... – Responde ele, com leve sorriso.
Então, silencia. Parece fazer algum esforço para recordar de algo especial, mas logo desiste. Volta a olhar para fora, procurando a chuva fina.
Sabe... Acho que tive uma vida feliz...
Ela permanece interessada. Um interesse de primeiro encontro. Observa os cabelos brancos dele, a tez um pouco castigada, os olhos azuis.
Respira fundo. Alguém poderia dizer que é o respirar de quem está apaixonado.
Você só casou uma vez? – Pergunta ela, com certo embaraço na voz.
Sim. Tereza. Mãe de minhas meninas. Que Deus a tenha.
Ela fica um pouco emocionada e constrangida, repentinamente. Esboça um sorriso para disfarçar. Olha para a mesa. Ainda resta um pão.
Pode comer. Já estou satisfeita.
Almoçamos juntos amanhã? – Pergunta ele, ansioso por ouvir um sim.
Sim... Claro que sim. É dia de almoçarmos juntos. Você sabe que gosto muito de estar com você, de ouvir suas histórias...
Estou um pouco esquecido hoje, eu acho. Contei pouco...
Não tem problema. – Diz ela, carinhosa. -Tem dias que a gente está com a memória mais fraca mesmo.
Doutor Maurício disse que é importante ficar puxando as coisas da memória sempre. Ele diz que é como um exercício físico que fazemos para não “enferrujar”. – Conclui ele.
É verdade... – Ela suspira. – Precisamos cuidar da memória...
Novamente um longo silêncio entre os dois.
Ele volta a vislumbrar o exterior, contemplativo.
Ela nota seu rosto em detalhes, ternamente.
Fecha os olhos, por um instante, como se fizesse uma breve oração, uma rogativa sincera a uma Força Maior.
Volta a abri-los, vagarosamente, e então pergunta:
Pai...Pai... Posso pedir a conta?
Ele acena positivamente. A conta chega. Ela se levanta primeiro, vai em direção a ele, envolve-o num abraço e o ajuda a levantar.
Aquela era a rotina de todo sábado, às dez horas e vinte e um minutos da manhã, nos últimos dez meses.
*   *   *
Foram nossos genitores que nos proporcionaram um corpo, abençoado instrumento de trabalho para o nosso progressobem como um lar.
Pensando em tudo isso, louve aos seus paisCuide deles, agora quando estão velhos, alquebrados, frágeis ou doentes.
Faça o possível para não os atirar nos tristes quartinhos dos fundos da casa, aonde ninguém vai. Não se furte à alegria de apresentá-los aos seus amigos e às suas visitas;
Ouça o que eles tenham a dizerQuando estejam em condições para isso, leve-os para as refeições à mesa com você. Retribua, assim, uma parcela pequena do muito recebido por seus genitores anos atrás.

R M E com base no cap. 7, do livro Ações
corajosas para viver em paz