domingo, 31 de julho de 2011

Me Declaro Vivo!

Poema escrito pelo índio ”Chamalú” da tribo Quéchua.

Este texto aplica-se a qualquer campo de reflexão, de qualquer cultura, crença ou religião.

Encantador e atual, nos desperta para a essência do verdadeiro, da harmonia e da importância do ser.

Luis Ernesto Espinoza – “Chamalú” é seu nome espiritual – nasceu na Bolívia e é considerado educador e terapeuta da alma.



Saboreio cada momento.

Antigamente me preocupava

quando os outros falavam mal de mim.

Então fazia o que os outros queriam,

e a minha consciência me censurava.

Entretanto, apesar do meu esforço

para ser bem educado,

alguém sempre me difamava.

¡Como agradeço a essas pessoas,

que me ensinaram que a

vida é apenas um cenário!

Desse momento em diante,

atrevo-me a ser como sou.

A árvore anciã me ensinou

que somos todos iguais.

Sou guerreiro:

a minha espada é o amor,

o meu escudo é o humor,

o meu espaço é a coerência,

o meu texto é a liberdade.

Perdoem-me,

se a minha felicidade é insuportável,

mas não escolhi o bom senso comum.

Prefiro a imaginação dos indios,

que tem embutida a inocência.

É possível que tenhamos que ser apenas humanos.

Sem Amor nada tem sentido,

sem Amor estamos perdidos,

sem Amor corremos de novo o risco de estarmos

caminhando de costas para a luz.

Por esta razão é muito importante

que apenas o Amor

inspire as nossas ações.

Anseio que descubras

a mensagem por detrás das palavras;

não sou um sábio,

sou apenas um ser apaixonado pela vida.

A melhor forma de despertar

é deixando de questionar se nossas ações

incomodam aqueles que dormem ao nosso lado.

A chegada não importa,

o caminho e a meta são a mesma coisa.

Não precisamos correr para algum lugar,

apenas dar cada passo com plena consciência.

Quando somos maiores que aquilo que fazemos,

nada pode nos desequilibrar.

Porém, quando permitimos

que as coisas sejam maiores do que nós,

o nosso desequilíbrio está garantido.

É possível que sejemos apenas água fluindo;

o caminho terá que ser feito por nós.

Porém, não permitas que o leito escravize o rio,

ou então, em vez de um caminho, terás um cárcere.

Amo a minha loucura

que me vacina contra a estupidez.

Amo o amor que me imuniza

contra a infelicidade que prolifera,

infectando almas e atrofiando corações.

As pessoas estão tão acostumadas

com a infelicidade,

que a sensação de felicidade

lhes parece estranha.

As pessoas estão tão reprimidas,

que a ternura espontânea as incomoda,

e o amor lhes inspira desconfiança.

A vida é um cântico à beleza,

uma chamada à transparência.

Peço-lhes perdão, mas….

DECLARO-ME VIVO!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Você é Ser Humano ou Elefante?

Estes dias fui a praia com meu marido, e como sempre, a praia e' um lugar onde consigo relaxar e pensar muito. Estive lembrando de uma fábula que ouvi ja faz muito tempo e resolvi dividí-las com voces.

Você já observou um elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.

A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia arrancá-la do solo com facilidade e fugir. E por que o elefante não foge? Perguntei a um adestrador e ele me explicou que o elefante não escapa porque está adestrado.

Quando a escutei pela primeira vez me fiz então a pergunta óbvia: "Então, por que o prendem?" Não houve resposta! Há alguns anos descobri que, para minha sorte, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.

Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar, e, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele; o elefantinho tentava, tentava e nada...

Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo. Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode e jamais volta a colocar à prova sua força.

Moral da História: Isso muitas vezes acontece conosco! Vivemos acreditando em um montão de coisas "que não podemos ter", "que não podemos ser", “que não vamos conseguir", simplesmente porque quando éramos crianças e inexperientes algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos" que a corrente da estaca ficou gravada na nossa memória com tanta força que aceitamos o “sempre foi assim”.

De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma: "não posso", "é muita terra para o meu caminhãozinho", "nunca poderei", "é muito grande pra mim"! A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras e não ter receio de arrebentar as correntes!

As vezes, as correntes que nos impedem sao mais mentais do que físicas.
Pense, pois muitas vezes amarram você em NADA, e você acredita!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ENCERRANDO CICLOS

FERNANDO PESSOA

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

terça-feira, 19 de julho de 2011

AVES E ALMAS - É a nossa jornada

As metáforas, conforme certa vez definiu um poeta, são pontes poéticas que o amor constrói e que fazem ligação entre coisas e conceitos.
As escrituras sagradas das diferentes tradições religiosas não raramente lançam mão de metáforas para tornar mais claro o entendimento das verdades do mundo espiritual. Metáforas - pontes poéticas que o amor constrói e que fazem ligação entre coisas e conceitos. E dentre as metáforas poéticas que os versos sagrados utilizam, uma das mais belas é uma passagem dos textos da Fé Bahá'i.....que compara o corpo físico a uma gaiola, e o espírito a uma ave que nela habita o espírito.
"Imaginar que o espírito perece ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola. Nosso corpo é apenas a gaiola enquanto o espírito é o pássaro. Nada tem o pássaro recear, porém, com a destruição da gaiola".
A morte física - um mergulho no infinito, a hora de voar... O suave voo das aves é uma metáfora visual a nos sussurar que a alma é livre das limitações impostas pela matéria. Uma metáfora visual e poética que se revela aos que se dispõem a enxergar além do que os olhos podem... Uma metáfora... E ao deslizar pelo céu, as aves nos recordam dos nossos entes queridos que já partiram. Todos os que deixaram para trás este mundo de provações e caminhadas, sonos e vigilias, noites e dias, esperanças.. E as aves nos recordam ainda que em breve também chegará a nossa hora de voar.
Da força das asas depende a altura a que se pode chegar... o corpo, frágil argila, sofre os efeitos do tempo. A alma puro sopro, é eterna.
Aproveitar os nossos breves e incertos dias para alimentar a nossa alma com coisas boas, uma dieta espiritual farta de amor e bondade, caridade, pureza, compaixão, perdão e justiça, virtudes, gratidão, Bem-aventuranças, de modo que, quando a hora derradeira bater à nossa porta, possamos voar com asas limpas e puras até as mais sublimes alturas.
(Texto recebido por email - não creditado nome do autor)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A parte mais importante do corpo

Quando eu era muito jovem, minha mãe me perguntou qual era a parte mais importante do corpo. Eu achava que o som era muito importante para nós seres humanos, então eu disse:
- Minhas orelhas, mãe.
Ela disse:
- Não. Muitas pessoas são surdas. Mas continue pensando sobre este assunto. Em outra oportunidade eu volto a lhe perguntar.

Algum tempo se passou até que minha mãe me perguntou outra vez. Desde que fiz minha primeira tentativa, eu imaginava ter encontrado a resposta correta. Assim, desta vez eu lhe disse:
- Mãe, a visão é muito importante para todos, então devem ser nossos olhos.
Ela me olhou e disse:
- Você está aprendendo rápido, mas a resposta ainda não está correta porque há muitas pessoas que são cegas.
Dei mancada outra vez.

Eu continuei minha busca por conhecimento ao longo do tempo e minha mãe me perguntou várias vezes e sempre sua resposta era:
- Não. Mas você está ficando mais esperto a cada ano, minha criança.

Então, no ano passado, meu avô morreu.
Todos estavam tristes.
Todos choravam.
Até mesmo meu pai chorou.
Eu me recordo bem porque tinha sido apenas a segunda vez que eu o via chorar.

Minha mãe olhou para mim quando fui dar o meu adeus final ao vovô. Ela me perguntou:
- Você já sabe qual à parte do corpo mais importante, meu filho?
Eu fiquei meio chocado por ela me fazer aquela pergunta naquele momento.
Eu sempre achei que era apenas um jogo entre ela e eu.

Observando que eu estava confuso ela me disse:
- Esta pergunta é muito importante. Mostra como você viveu realmente a sua vida. Para cada parte do corpo que você citou no passado, eu lhe disse que estava errado e eu lhe dei um exemplo que justificava. Mas hoje é o dia que você necessita aprender esta importante lição.

Ela me olhou de um jeito que somente uma mãe pode fazer. Eu vi lágrimas em seus olhos.
Ela disse:
- Meu querido, a parte do corpo mais importante é seu ombro. Eu perguntei:
- Porque eles sustentam minha cabeça?
Ela respondeu:
- Não, é porque pode apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.
Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento de sua vida, meu querido.

Eu espero que você tenha bastante amor e amigos e que você tenha sempre um ombro para chorarem quando precisarem.
E, para completar, em algum lugar eu li. As pessoas se esquecerão do que você disse... as pessoas se esquecerão do que você fez... mas as pessoas nunca se esquecerão de como você as fez sentir.

“Os bons amigos são como estrelas... nem sempre as podemos ver, mas sabemos que sempre estão lá.”

Autor desconhecido

domingo, 17 de julho de 2011

Gosto de gente...

Eu gosto de gente que vibra, que não tem de ser empurrada, que não se tem de dizer que faça as coisas, mas que sabe o que tem que fazer e que faz. Gente que cultiva seus sonhos até que esses sonhos se apoderam de sua própria realidade.
Eu gosto de gente com capacidade para assumir as conseqüências de suas ações, de gente que arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, que se permite, abandona os conselhos sensatos deixando as soluções nas mãos de Deus.
Gosto de gente que é justa com sua gente e consigo mesma, da gente que agradece o novo dia, as coisas boas que existem em sua vida, que vive cada hora com bom animo dando o melhor de si, agradecido de estar vivo, de poder distribuir sorrisos, de oferecer suas mãos e ajudar generosamente sem esperar nada em troca.
Eu gosto de gente capaz de me criticar construtivamente e de frente, mas sem me lastimar ou me ferir. De gente que tem tato. Gosto de gente que possui sentido de justiça. A estes chamo de meus amigos.
Gosto de gente que sabe a importância da alegria e a pratica. De gente que por meio de piadas nos ensina a conceber a vida com humor. De gente que nunca deixa de ser animada. Gosto de gente que nos contagia com sua energia.
Gosto de gente sincera e franca, capaz de se opor com argumentos razoáveis a qualquer decisão.
Gosto de gente fiel e persistente, que não descansa quando se trata de alcançar objetivos e idéias.
Me encanta gente de critério, que não se envergonha em reconhecer que se equivocou ou que não sabe algo. De gente que, ao aceitar seus erros, se esforça genuinamente por não voltar a cometê-los. De gente que luta contra adversidades. Gosto de gente que busca soluções.
Gosto de gente que pensa e medita internamente. De gente que valoriza seus semelhantes, não por um estereótipo social, nem como se apresentam. De gente que não julga, nem deixa que outros julguem. Gosta de gente que tem personalidade.
Me encanta gente que é capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar arrancar da cabeça aquilo que não sai do coração.
A sensibilidade, a coragem, a solidariedade, a bondade, o respeito, a tranqüilidade, os valores, a alegria, a humildade, a fé, a felicidade, o tato, a confiança, a esperança, o agradecimento, a sabedoria, os sonhos, o arrependimento, e o amor para com os demais e consigo próprio são coisas fundamentais para se chamar GENTE.
Com gente como essa, me comprometo, para o que seja, pelo resto de minha vida… já que, por tê-los junto de mim, me dou por bem retribuído.

Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber reviver.
A glória não consiste em não cair nunca, mas em levantar-se todas as vezes que seja necessário.

E ISSO É ALGO QUE MUITO POUCA GENTE TEM O PRIVILEGIO DE PODER EXPERIMENTAR.
Bem aventurados aqueles que já conseguiram receber com a mesma naturalidade o ganhar e o perder, o acerto e o erro, o triunfo e a derrota…

Mario Benedetti

sábado, 16 de julho de 2011

URGENTE (Facundo Cabral)

Para ti, que siempre vives la vida a un ritmo vertiginoso, quiero recordarte que lo más importante que tienes en la vida, eres tú y todos los que te rodean, y recuerda que...
Urgente, es una palabra con la que vivimos día a día, en nuestra agitada vida, y a la cual, le hemos perdido ya todo significado de premura y prioridad. -
Urgente, es la manera más pobre de vivir en este mundo, porque sabes, el día que nos vamos, dejamos pendiente las cosas, que verdaderamente fueron urgentes.
Urgente, es que hagas un alto en tu ajetreada vida, y te preguntes: Qué significado tiene todo esto que yo hago? Urgente, es que seas más amigo, más humano, más hermano. .
Urgente, es que sepas valorar el tiempo que te pide un niño, una niña. Urgente, es que cada mañana, cuando veas salir el sol, te impregnes de su calor, y le des gracias al Señor, por tan maravilloso regalo. .
Urgente, es que mires a tu familia, a tus hijos, a tu esposa, y a todos los que te rodean, y valores ese tan maravilloso tesoro.
Urgente, es que le digas a las personas que quieres, hoy, no mañana, cuánto los quieres!.
Urgente, es que te sepas hijo de Dios, y te des cuenta que él, te ama, y quiere verte sonreír feliz y lleno de vida.
Urgente, es que no se te vaya la vida en un soplo y que cuando mires atrás, seas ya un anciano que no puede echar tiempo atrás, que todo lo hizo urgente ...
... que fue un gran empresario, un gran artista, un gran profesional, que llenó su agenda de urgencias, citas, proyectos, pero dentro de todo, lo más importante, se te olvidó VIVIR.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Amigos, em agradecimento

Ontem foi meu aniversario e aproveito este espaço para agradecer a todos os meus amigos, usando nada mais nada menos que, as sabias palavras de Vinicius de Moraes:

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outro s afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.

Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.

Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinicius de Moraes)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

ATALHOS - Martha Medeiros.

De vez em quando me deparo com alguns textos que me fazem refletir e por isso tenho vontade de compartilhar com os amigos. O texto abaixo, de autoria de Martha Medeiros, é um exemplo disso. Especialmente hoje que viro mais um nao na minha vida!

Quanto tempo a gente perde na vida?
Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros
Sim, depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, etc.
E aí, mais tarde, demora pra entender certas coisas.
Demora, também, pra dar o braço a torcer.
Viramos adolescentes (aborrecentes) teimosos e dramáticos.
E levamos um século para aceitar o fim de uma relação. E outro século para abrir a guarda para um novo amor.
Quando, já adultos,
demoramos para dizer a alguém o que sentimos,
demoramos para perdoar um amigo,
e demoramos para tomar uma decisão.
Até que um dia a gente faz aniversário. 37 ou 41 anos. Talvez 50 e tal....
Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto.
E só aí a gente descobre que o nosso tempo não pode continuar sendo desperdiçado.
Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado, no segundo tempo, e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro.
Ou fazer tabelas desnecessárias.
Quanto esbanjamento.
E esquecemos que não falta muito pro jogo acabar...
Sim, é preciso encontrar logo o caminho do gol.
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso.
Pois tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto.
Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar.
E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.
Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando.
Não esperam sentadas, não ficam dando voltas e voltas.
E não necessitam percorrer todos os estágios.
Queimam etapas.
Não desperdiçam mais nada.
Uma pessoa é sempre bruta com você?
Não é obrigatório conviver com ela.
O cara está enrolando muito?
Beije-o primeiro e veja se ele, realmente, interessa e transmite algum sentimento.
A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.
Paciência só para o que importa de verdade.
Paciência para ver a tarde cair.
Paciência para degustar um cálice de vinho.
Paciência para a música e para os livros.
Paciência para escutar um amigo.
Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Pra enrolação, um atalho.
O maior possível!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

QUANDO OS FILHOS CRESCEM

Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.
É paradoxal. Quando nascem, pequenos e frágeis, os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.
Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais, nos finais de semana, nem férias compartilhadas em família.
Agora tudo é feito com os amigos.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos voos para além do ninho doméstico.
É o momento em que os pais se perguntam: Onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?
As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.
Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem, eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje, são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
Ontem, estavam no banco de trás do automóvel; hoje, estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito.
É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.
Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.
Tempos que não retornam, a não ser na figura dos netos, que nos compete esperar.
Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.
Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos Espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco.
Não economizemos abraços, carícias, atenções, porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.
* * *
A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.
A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.
No dia-a-dia com os pais, os filhos aprendem que o ser humano, seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
Em essência, as crianças aprendem o que vivem.

com base no artigo Antes que elas cresçam, publicado na Revista Seleções Reader’s Digest, de setembro/98.

domingo, 10 de julho de 2011

Desejo

Victor Hugo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconseqüentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar

E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos, nem poucos
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo

Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não insista em rejuvenescer
E que sendo velho
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor

Desejo, por sinal, que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.

Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem à sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada

Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas é feita uma árvore

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
"Isso é meu"
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem

Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar

Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha um bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar

E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar.

sábado, 9 de julho de 2011

O Pequeno Principe, texto

O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint-Exupéry

(...)
"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o princípe
- estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessiddade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! - disse ela.
- Bem quisera - disse o principe - mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
- Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

sexta-feira, 8 de julho de 2011

QUAL O PROPOSITO DE UM CACHORRO NA VIDA?

Uma linda e comovente historia:

Sendo veterinário, fui chamado para examinar um Setter Irlandês de 10 anos de idade chamado Belker. Os donos dele eram Ron e sua esposa Lisa e seu pequeno filho Shane, eram muito apegados a Belker e já estavam esperando um milagre.

Examinei Belker e descobri que estava morrendo de cancer.
Disse a sua família que já nao podíamos fazer nada por Belker, e me ofereci para levar a cabo o procedimento de eutanasia em sua
casa. Fizemos os arranjos necessários, Ron e Lisa disseram que seria boa ideia que seu filho de 6 anos, Shane, observasse o acontecimento. Pois eles acreditavam que Shane poderia aprender algo com a experiência.
No dia seguinte, senti a familiar sensação em minha garganta quando Belker foi rodeado pela família. Shane parecia tranquilo,
acariciava o cachorro pela ultima vez, e eu me perguntava se ele compreendia o que estava acontecendo. Em alguns minutos
Belker acabou dormindo pacificamente para nunca mais despertar.
O pequeno menino pareceu aceitar a transição de Belker sem nenhuma dificuldade ou confusão.
Nos sentamos todos por um momento nos perguntando o porque do fato lamentável na vida de animais de estimação que suas vidas sejam mais curtas que a dos humanos.

Shane, que havia escutado tudo atentamente, disse:
-"Eu sei porque".
Surpreendidos, todos nos voltamos a olha-lo. O que disse a continuação me maravilhou, nunca escutei uma explicação mais
reconfortante que esta.

Neste momento, mudou minha forma de ver a vida.
Ele disse:

- ''A gente vem ao mundo para aprender como viver uma boa vida, como amar aos demais todo o tempo e ser pessoas boas, nao e' verdade?''
O menino de 6 anos continuou:
- ''Bom, como os cachorros já sabem como fazer tudo siso, entao nao tem que ficar por tanto tempo conosco.''

- Vive de maneira simples.
- Ama generosamente.
- Queira profundamente.
- Fala amavelmente.

Lembre-se, se um cachorro fosse teu professor, aprenderías coisas como:

- Quando teus seres queridos chegam em casa, sempre corre a cumprimenta-los.
- Nunca deixes passar uma oportunidade para ir passear.
- Deixe que a experiencia do ar fresco e do vento em teu rosto seja de puro extase.
- Tire siestas.
- Se espreguice antes de levantar.
- Corra, brinque e mova-se todos os dias.
- Melhora tua atenção e deixe que as pessoas te toquem.
- Evita morder quando um simples grunhido sería suficiente.
- Em dia quentes, deite-se na sombra de uma arvore.
- Quando estas feliz, dance e mova todo teu corpo.
- Delicie-se com a alegría simples de uma longa caminhada.
- Seja leal.
- Nunca pretendas ser algo que nao es.
- Se o que vc. quer esta enterrado, escave ate encontrar.
- Quando alguém estiver em um mau dia, fique em silencio, sente-se perto e suavemente faca-o sentir que estas ai.

APROVEITE CADA MOMENTO DE CADA DIA!

( desconheço o autor, traduzido do espanhol por mim)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mais magra, mais jovem ...e mais nova

Compartilho com vcs. este Txt que me enviou minha amiga Lucia, vale a pena a leitura!!!

A EDITORA DE MODA AMERICANA CHARLA KRUPP ENSINA COMO MULHERES COM MAIS DE 40 ANOS PODEM SE PARECER MAIS JOVENS.
PARA ELA, A VAIDADE é UMA NECESSIDADE PARA A MULHER SE MANTER NO MERCADO DE TRABALHO.


A pedido de ÉPOCA, ela selecionou alguns dos conselhos de seu livro para ajudar as leitoras a se parecem cinco quilos mais magras, 10 anos mais novas e 10 vezes melhores.

BATOM - "Abandone o vermelho", aconselha Charla.
Após os 40 anos, as maquiagens devem ser claras.
Batons escuros envelhecem o rosto e deixam a expressão triste.
"Podem deixá-la igual à Cruela Cruel", diz.
Cores carregadas, além de causar a impressão de afinamento dos lábios, deixam as rachaduras
mais evidentes.
Utilize o rosa e outros tons claros, que dão um ar jovem e tornam os lábios mais grossos.
Você também deve ter à mão sempre um brilho, porque eles iluminam o rosto.
Outra dica é não contornar a boca toda com lápis escuro.
Use-o apenas em lugares que precisam ser realçados.
CABELO - Cuidar do cabelo é a primeira atitude para quem quer parecer mais jovem.
"Se você tiver dinheiro para melhorar apenas uma coisa, que sejam os cabelos", diz.
O primeiro passo é adotar franjas.
Elas emolduram o rosto e dão um ar delicado à expressão.
Como os cabelos ficam mais finos à medida que as pessoas envelhecem, o ideal é fazer cortes e usar produtos que dêem volume aos cabelos.
No pior das hipóteses, pode-se consultar o dermatologista para saber se precisa de algum tratamento contra a calvície.
Resolvido o problema do corte e do volume, pinte-os, se forem grisalhos, ou clareie as madeixas,
se forem muito escuras. "Um dos truques para se parecer mais jovem é usar tons claros, e no
cabelo isso é mais que comprovado".
Abuse do castanho, faça luzes. "Cabelos pintados são como maquiagem que você nunca tira", ensina
a especialista.
UNHAS - Para quem tem mais de 40 anos a recomendação é ter as unhas das mãos curtas e
em tons claros.
Charla acredita que cores escuras envelhecem as mulheres.
" Para as meninas, cores escuras são bonitas, mas se você não é mais uma, use um bege ou um tom
de rosa muito claro". Já unhas compridas compõem um visual antigo.
Além do trabalho que dá mantê-las limpas e pintadas, unhas compridas são um indicativo de que
suas donas não trabalham muito.
"Não combinam com o dinamismo da mulher moderna, que trabalha, mexe com computadores, cuida
dos filhos e tem suas atividades domésticas".
Para as unhas dos pés, siga as tendências: cores escuras são liberadas.
ÓCULOS - É uma das mudanças mais simples de fazer, e tem resultados excelentes.
Como os óculos são a primeira coisa a ser notada no rosto eles realmente têm o poder de indicar
o quão velha você quer aparecer.
Uma armação retangular em plástico ou casco de tartaruga é muito moderna.
As hastes também devem ser grossas.
Armações clássicas não mostram estilo, explica Charla, apenas denunciam sua idade.
SAPATOS - O salto alto é indispensável.
Ele faz você parecer mais alta, além de deixar sua postura mais ereta.
Mais que isso, eles são sexy.
Os saltos não precisam ser necessariamente agulha.
O conselho é se condicionar a usá-los nos contextos essenciais.
"Nem que seja para calçá-los na entrada do restaurante e tirá-los logo na saída.
Não existe nada mais velho que sapatinhos feios, mas confortáveis".
PELE - Uma pele bonita é fundamental para parecer mais jovem.
Um bom sabonete esfoliante não é necessariamente caro e é um dos cuidados fundamentais para o rejuvenescimento.
Charla recomenda esfoliar a pele, especialmente a do rosto, de uma a duas vezes por semana. Para encobrir as imperfeições, o segredo é usar pouca base, justamente o oposto do que as mulheres geralmente fazem.
À medida que envelhecem, as mulheres tendem a usar mais maquiagem.
"O segredo é passar pouco, até obter um brilho suave".
Se a pele é boa, um leve toque é suficiente.
"O excesso de base é uma prova evidente de que o rosto tem muitos sinais a esconder".
PARAPARECER MAIS MAGRA - O truque para aparentar cinco quilos a menos é acertar na
roupa íntima.
Charla se diz uma entusiasta de bermudas e tops modeladores, que são peças usadas por
baixo da roupa e que deixam o corpo mais magro e firme.
"São ótimos para levantar os seios, comprimir a barriga e arrebitar o bumbum", diz. Além disso,
não marcam a roupa.
Um ponto em que ela se diz fã das brasileiras é em relação às calcinhas.
"Gosto de calcinhas pequenas, tanguinhas.
Além do efeito estético, elas têm um poder psicológico poderoso", diz.
"Ninguém se sente sexy com calcinhas de vovós.
Sua capacidade de se sentir sexy está extremamente ligada à sua confiança, em todos os aspectos".
PARALEVANTAR OS SEIOS - Charla estima que 80% das mulheres usam o sutiã errado.
Ela ensina uma técnica para achar o sutiã ideal.
Deve-se dobrar os cotovelos formando um ângulo de 90º.
A melhor posição é colocar o sutiã no meio do caminho entre a ponta do cotovelo e o ombro.
A especialista diz que não existe um modelo ideal porque cada mulher tem suas medidas, mas se ela conseguir ajustar o sutiã neste ponto, os seios ficarão turbinados e a silhueta, mais fina.
MOSTRE AS PERNAS - A exposição das pernas na medida certa passa uma impressão jovem.
Charla é taxativa: jogue fora as meia-calças no tom da pele.
Elas dão um tom artificial e antigo às pernas.
Se não puder deixá-las de fora, invista nas meias arrastão e nas meias opacas, que chamam menos atenção.
GUARDA-ROUPA - Charla não perdoa.
Se você tem um terninho de grife e acha que vai arrasar de elegante com ele, ela joga um banho
de água fria nas suas expectativas.
Para a especialista, esse look tradicional envelhece até as mais enxutas.
Ela não recomenda nenhuma roupa que combine todas suas peças.
Esqueça os tailleurs. Nada de tom sobre tom.
Moderno e elegante, na sua visão, é abusar dos contrastes.
Uma dica são os vestidos com jaquetinhas para completar o visual.
Charla não prega que as mulheres sejam magérrimas.
"Aceite seu físico, mas tente lidar com os excessos".
Use roupas que modelem seu corpo e não que o façam parecer maior do que é.
Roupas muito justas deixam imperfeições muito aparentes, mas roupas largas farão você parecer
maior. Uma boa dica é usar uma bata ajustada ao corpo com calças skinny (retas em relação à perna)
por baixo. Outra sugestão é um vestido com corte em A, que dá um visual nem tão justo, nem tão largo.
Quando você for sair, use, no máximo, três peças brilhantes.
Não use um vestido brilhante, um colar brilhante, uma bolsa brilhante, brincos brilhantes.
Você pode usar um brinco, o vestido e o sapato, por exemplo.
CIRURGIA PLáSTICA - "Não gosto de plásticas, elas envelhecem.
Se você quer parecer uma mulher de 60 anos, faça um lift no rosto", diz a especialista.
O risco são as operações mal feitas, cujo resultado pode ser uma pele rígida e esticada.
"Um rosto com plástica passa a idéia de que você é velha o suficiente para ter de recorrer a este
tipo de cirurgia".
Charla agradece por viver emuma época em que os avanços cosméticos são capazes de reduzir as
rugas em 48 horas.
"O botox é um grande amigo , se não for utilizado em exagero".
Existem também outros procedimentos, como a injeção de colágeno, ácido hialuronico e até mesmo gordura humana.
Apesar de se dizer fã desses recursos, Charla recomenda cautela na hora de procurar um médico.
"É preciso saber que esses procedimentos não impedem o envelhecimento, mas os resultados podem
ser muito bons".

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Falando de maluquice....

Saúde mental
(Rubem Alves)

Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei.

Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico. Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.

Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham... Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.

Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". Hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes. Nós também temos um hardware e um software.

O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais" , sendo que o programa mais importante é a linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam.

Não se conserta um programa com chave de fenda, porque o software é feito de símbolos e somente símbolos podem entrar dentro dele. Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção!

Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: A música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, "saúde mental" até o fim dos seus dias.

Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música... Brahms, Mahler, Wagner, Bach são especialmente contra-indicados. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Tranquilize-se há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago?

Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos, do Faustão e do Gugu Liberato. Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal.

Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A TRISTEZA PERMITIDA

Marta Medeiros


Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
Martha Medeiros