quarta-feira, 15 de agosto de 2012



DIREÇÃO DO SOL 


A partir de agora, e' esta a direcao que vou me esforcar
em seguir... Jaciara

Tome a tua vida em tuas mãos,
e não entregue a direção dela a ninguém.
Por mais que te amem, por mais que desejem, o teu bem,
só você é capaz de sentir o que realmente sente,
e aquilo que você passa de impressão para os outros,
nem sempre corresponde ao que vai na sua alma.
Quantas vezes você já sorriu para disfarçar uma lágrima teimosa?
Quantas vezes quis gritar e sufocou o pranto?
Quantas vezes quis sair correndo de algum lugar
e ficou por educação, respeito ou medo?
Quantas vezes desejou apenas um beijo,
e ficou com a boca seca esperando o que não veio?
Quantas vezes tudo o que você desejou era apenas um abraço.
Um consolo, uma palavra amiga e só recebeu ingratidão?
Quantos passos foram necessáriospara chegar até onde você chegou?
Quantos sabem dar o valor que você realmente merece?
Criticar é fácil, mas usar o seu sapato ninguém quer,
vestir as suas dores ninguém quer,
saber dos seus problemas,
só se for por curiosidade,
por isso, não entregue a sua vida nas mãos de ninguém,
nada de acreditar que sem essa ou aquela pessoa,
você não vai viver...Vai viver sim, o mundo continua girando,
e se você deixar, pode te trazer algo muito melhor.
Pegue a direção da sua vida e aponte rumo ao Sul,
lá onde a placa diz "caminho do sol",
bem na curva da felicidade, que te espera
sem pressa, para viver com amor e intensidade,
a paz, a harmonia e a felicidade.
Paulo Roberto Gaefke

quinta-feira, 9 de agosto de 2012


Outro olhar
 
O pintor e documentarista francês, Hugues de Montalembert, tinha
 trinta e cinco anos quando sua vida mudou drasticamente. Durante
 um assalto ocorrido no ano de 1978, em Nova York, ele perdeu a visão.
Após o acidente, ele teve que se adaptar a outra realidade. Na vida, que
 antes era banhada pela luz e cor, agora predominaria a escuridão.
Ele que, em sua profissão, entendia o mundo através dos olhos,
 fotografando paisagens e pintando telas, encontrou-se em um
 mundo abstrato, composto basicamente por sons.
Mas não se deixou abater e descobriu que a saída estava
 dentro dele mesmo.
Com o objetivo de reconquistar sua independência e recuperar
 a liberdade, ele seguiu enfrentando a nova realidade, iniciando
 um processo contínuo de autossuperação.
O primeiro obstáculo foi vencido quando aprendeu a caminhar
 pelas ruas acompanhado apenas pela bengala.
Para reencontrar o prazer de viver, empreendeu viagens solitárias
 a lugares distantes como Indonésia, Groenlândia e Himalaia,
 desenvolvendo uma impressionante habilidade de versem os olhos.
Descobriu que o medo é o principal inimigo da pessoa cega. 
E, mesmo sem enxergar, continuou a amar a vida.
Uma grande descoberta que fez foi quando identificou que
 a luz é capaz de tornar muitas coisas invisíveis. Antes ele se
 ocupava tanto em olhar, que deixava de perceber, escutar e
 sentir as pessoas.
Simplesmente porque seus olhos agora não podiam mais enxergar,
 ele passou a conhecer as pessoas melhor, buscando o sentimento
 que traziam na voz, no sorriso, no toque e na movimentação.
No constante duelo com a escuridão, acabou entrando em contato
 com a sua essência, encontrando, dentro de si, características
 que não teria identificado em outra situação.
Sentiu-se vitorioso, quando muitas pessoas na mesma condição
 sentir-se-iam derrotadas.
Em suas novas aventuras pelo mundo contemplou paisagens,
 criando sua própria visão através da somatória dos sons,
 movimentos e aromas que a natureza lhe oferecia.
Aprendeu a criar imagens evocando um mundo que havia
 observado intensamente por trinta e cinco anos.
 Tornou-se capaz de descrever uma paisagem 
e reconhecer sua beleza, sem vê-la, apenas com a
 percepção dos demais sentidos.
*  *   *
Sirvamo-nos do exemplo de superação desse homem, 
que foi capaz de enfrentar as dificuldades e adaptar-se com
 alegria a uma nova vida, não se prendendo ao passado,
 pois sabia que se o fizesse, ceifaria seu futuro.
Deixemos a nossa sensibilidade fluir, descobrindo que os
 olhos da alma são capazes de enxergar dimensões infinitas,
 que vão além do que podemos ver com os olhos físicos.
Ainda que tenhamos uma visão perfeita, não nos tornemos
 cegos para a beleza e poesia da vida.
Ver é enxergar além. É se colocar além da aparência e
 identificar que há um outro mundo além do mundo real.

 RDM, com base no livro Um outro olhar
de Hugues de Montalembert

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

VOEM JUNTOS ....
 MAS , NUNCA AMARRADOS


Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, 
Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens 
guerreiros e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais
 formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas na
 tenda do velho sábio da tribo e falaram: Nós nos amamos
 e vamos nos casar.
E nos amamos tanto que queremos um conselho, ou um talismã. 
Alguma coisa que garanta que poderemos ficar sempre juntos. 
Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até a morte.
O velho sábio, ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão 
ansiosos por uma palavra, disse: Tem uma coisa a ser feita,
 mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada...
Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia,
 e apenas com uma rede e tuas mãos caçar o falcão mais 
vigoroso do monte e traze-lo com vida, até o terceiro dia
 depois da lua cheia.
E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono,
 onde encontrarás a mais brava de todas as águias.
 Somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la 
trazendo-a viva.
Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para
 cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, 
na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as
 aves dentro de um saco.
O velho pediu que, com cuidado, as tirassem dos sacos,
 e viu que eram belos exemplares...
E agora o que faremos?  Perguntou o jovem  nós as matamos
 e depois bebemos à honra de seu sangue? Ou cozinhamos e
 depois comemos o valor da sua carne?  Propôs a jovem.
Não!  Disse o velho sábio. Apanhem as aves e as amarrem
 entre si pelas patas, com essas fitas de couro.
Quando estiverem amarradas, soltem-nas, para que
 voem livres...
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado,
 e soltaram os pássaros...
A águia e o falcão tentaram alçar vôo, mas apenas
 conseguiram saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela incapacidade de voar,
 as aves jogavam-se uma contra a outra, bicando-se
 até se machucar.
E o velho disse: jamais esqueçam o que estão vendo...
Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... 
Se estiverem amarrados, um ao outro, ainda que por amor,
 viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a
 machucar-se mutuamente.
Se quiserem que o amor entre vocês perdure... 
voem juntos... Mas nunca amarrados"