sábado, 7 de julho de 2012

AMOR, PERDAS, PARTIDAS E SAUDADE...


“Falar em perdas é falar em solidão, tristeza, desesperança, medo.”
Quando digo perdas, não estou me referindo apenas aos que morrem,
 mas a todos que, de alguma forma, nos deixam prematuramente, antes
 que estejamos preparados.
Um amigo que se muda para longe, um namoro interrompido abruptamente
 e até mesmo um ente querido que se vai, sempre provoca em nós uma
sensação de vazio.
E por que isso? Porque sofremos tanto mesmo sabendo que estas perdas
 ou partidas inesperadas são inerentes à vida e que, portanto,
 não podemos controlá-las?
Não saberia responder com precisão as perguntas acima, mas, o que me parece
 mais coerente é que nunca estaremos prontos para nos acostumarmos com a falta
 dos que amamos. Por mais que saibamos que a qualquer instante eles nos faltarão,
 temos sempre a predisposição em acreditarmos que quem nos ama nunca nos trairia,
nos privando de seu afeto, carinho e amor.
Ledo engano.
São justamente aqueles que amamos que mais nos machucam com suas partidas inesperadas.
Vão-se sem aviso prévio e nos levam a felicidade, a fé na vida, o equilíbrio.
O que fazer então? Não amarmos? Não nos permitirmos gostar de alguém pelo
 simples fato de que seremos, mais cedo ou mais tarde, deixados para trás na vida,
 entregues às nossas angústias e remorsos por não termos dito tudo ou feito
 o suficiente por eles?
Creio que não.
Se há algo na vida que mais nos trás felicidade é sabermos que somos
 queridos e não seria honesto nos privarmos de tal sentimento por covardia.
Um amor de pai e mãe, o carinho de um amigo ou afeto de uma relação a dois
 deve sempre se sobrepujar ao medo da perda.
Porque ela é inevitável; o sentimento, não. Deve ser exercitado todos os
 dias de nossas breves vidas.
Ele é o que nos move, nos dá o chão para que possamos caminhar pela vida
 com a certeza de que, haja o que houver, teremos sempre alguém com quem contar,
 que nos apoiará mesmo nos momentos em que não tenhamos razão.
Esta, deve ser a maior lição deixada pelos que partem sem nos avisar.
 Lembrar-nos que devemos sempre curtir aqueles que amamos com a
 intensidade proporcional à brevidade de uma vida.
Porque, quando nos faltarem, saberemos que amamos e fomos amados,
 que demos e recebemos todo o carinho esperado, que construímos um
 sentimento que nenhuma perda poderá apagar. Este sentimento transcende
 o espaço e o tempo, não se limita ao contato físico.
Torna-se parte de nós, impregnado em nossa alma, nos confortando nos
 dias difíceis, sendo cúmplice de nossas vitórias pessoais, norteando nossa
 conduta, nos fazendo sentir eternamente amados.
Que me perdoem os físicos, mas, neste caso, acredito sim que dois corpo
s podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Basta que permitamos sentir a presença dos que amamos dentro de nós,
como se fossem parte de nossa alma. Só assim seremos inteiros.

“Aqueles que amamos nunca morrem,
apenas partem antes de nós".

desconheco a autoria