domingo, 3 de junho de 2012


Felicidade Realista


De Norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz.
Não é tarefa das mais fáceis.
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável,
 mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde,
 ser magérrimos, sarados, irresistíveis.


Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
 queremos a piscina olímpica, a blosa Luis Vuitton e uma temporada num spa
 cinco estrelas.



E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. 

É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.

Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares?
Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser
que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade,
mas isso é outro assunto.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com 
três maridos, feliz sem nenhum.
Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.


Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa usufruí-lo. 
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.


Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.


Olhe para o relógio: hora de acordar.


É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.



Martha Medeiros (este texto as vezes aparece na internet como de Mario quintana, mas na realidade